Acho que todos os problemas advindos da minha vida conjugal tem origem no fato de eu não ter tido um filho homem. Quer dizer, a forma como não pude ter um filho homem.
Amo as minhas filhas, acho-as lindas, amorosas, prestimosas. Mas tenho a certeza de que o relacionamento familiar nesses anos teria sido muito melhor se um menino viesse a completar essa familia.
Primeiro veio Danny, depois Paty...Recebidas com muito amor e carinho como até hoje, uma com 28 anos, a outra com 25, desfrutam dessa mesma emoção do primeiro dia em que as vi. E eu gostaria de continuar tentando...
Porém, minha esposa simplesmente decidiu que não queria mais ter filhos. Não foi uma ação em conjunto. Não foi uma decisão partilhada.
Eu cai no silêncio, nunca falei sobre isso com ninguém, também não fiquei com rancor ou algo parecido, mas o vazio permaneceu, e acho que inconscientemente e em razão disso, acabei por ser um pai e esposo meio omisso na relação familiar, o que foi me distanciando das decisões tomadas dentro de casa.
Sofri muito com isso e acabei discutindo e brigando com minha esposa por tantos outros motivos sem mencionar a grande ferida. Talvez no tempo certo, com manifestação minha, tudo pudesse ser diferente.
Hoje é tarde para voltar no assunto. O mal está feito. Não existe mais a possibilidade de voltar atrás. E eu também já estou restabelecido e feliz com a minha familia do jeito que ela é.
Isso também é padecer no paraiso.
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Estratégia pra viver...
Durante anos, vivi muito mal com minha esposa. Quer dizer, a gente se dava bem, mas não era marido e mulher. Parecíamos mais dois irmãos. Com isso, a vida ia ficando cada vez mais desnecessária, pois carregada de uma monotonia forçada.
De um lado, os compromissos de esposo, com nome a zelar, sério, perfeito marido na visão dos de fora. De um outro, os desejos reprimidos, a paixão pela esposa, a vida se esvaindo...
Certo dia, um conhecido meu, que tinha uma amante 30 anos mais nova que ele, foi desmascarado pela própria filha, única, que ao bisbilhotar o celular do pai, encontrou mensagens suspeitas e mostrou à mãe. Deu separação.
E eu fiquei com aquilo na cabeça. E pensei num plano arriscado. Arriscado, não. Qualquer resultado me satisfaria.
Peguei com um amigo um número morto de celular e mandei mensagens de amor como se fossem respostas a alguma mensagem de mesmo teor recebida. E deixei ali no meu celular, para ver se uma das minhas filhas, ou mesmo a minha esposa, pudesse por qualquer resquício de curiosidade, mexer no celular e ver as mensagens.
Dito e feito. Isso foi em Outubro, 2009. Um mês depois, minha filha mais nova fez o que eu já esperava. Viu as mensagens, me xingou muito por e-mail, e disse que eu teria que revelar isso á mãe dela.
Fiz cena, disse que o casamento estava terrível, mas que aquilo era só virtual, etc. E no fim, confessei á esposa o "caso", ela chorou muito, disse que não esperava isso de mim.
Bom, outros detalhes pouco importam agora. O resultado é que acertamos a nossa vida. Estamos juntos como nunca estivemos e estou feliz.
O plano foi meu, mas padecer no paraíso é isso, confiar que seu filho ou filha está ali e pode judar você a qualquer momento, mesmo que involuntariamente.
Nelson
De um lado, os compromissos de esposo, com nome a zelar, sério, perfeito marido na visão dos de fora. De um outro, os desejos reprimidos, a paixão pela esposa, a vida se esvaindo...
Certo dia, um conhecido meu, que tinha uma amante 30 anos mais nova que ele, foi desmascarado pela própria filha, única, que ao bisbilhotar o celular do pai, encontrou mensagens suspeitas e mostrou à mãe. Deu separação.
E eu fiquei com aquilo na cabeça. E pensei num plano arriscado. Arriscado, não. Qualquer resultado me satisfaria.
Peguei com um amigo um número morto de celular e mandei mensagens de amor como se fossem respostas a alguma mensagem de mesmo teor recebida. E deixei ali no meu celular, para ver se uma das minhas filhas, ou mesmo a minha esposa, pudesse por qualquer resquício de curiosidade, mexer no celular e ver as mensagens.
Dito e feito. Isso foi em Outubro, 2009. Um mês depois, minha filha mais nova fez o que eu já esperava. Viu as mensagens, me xingou muito por e-mail, e disse que eu teria que revelar isso á mãe dela.
Fiz cena, disse que o casamento estava terrível, mas que aquilo era só virtual, etc. E no fim, confessei á esposa o "caso", ela chorou muito, disse que não esperava isso de mim.
Bom, outros detalhes pouco importam agora. O resultado é que acertamos a nossa vida. Estamos juntos como nunca estivemos e estou feliz.
O plano foi meu, mas padecer no paraíso é isso, confiar que seu filho ou filha está ali e pode judar você a qualquer momento, mesmo que involuntariamente.
Nelson
vale pra homem também
Pra nao ser feminista, abro o espaço para pais também. Padecem menos? Só vendo o que um escreverá.
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